Entrevista com o Biólogo Rodrigo Pinto de Carvalho

Rodrigo P. Carvalho atua na área de Biossegurança em um grande laboratório público do Rio de Janeiro sendo responsável pela área de Biossegurança desse laboratório, além de ser docente em biosegurança no centro politécnico SENAC Rio de Janeiro.


GSV -No seu ponto de vista qual a relação entre segurança do trabalho e a prevenção e combate a dependêcia química no ambiente de trabalho?

Rodrigo -É muito importante por ser uma ação de biossegurança, com o objetivo de minimizar riscos,aumentando a produtividade, exp: o fumante comparado a um não fumante produs menos por deixar o local de trabalho para fumar e com relação a prevenção de riscos, uma pessoa drogada ou alcoolizada pode acarretar um acidente grave, por estar com suas faculdades mentais alteradas.

GSV -Então você acredita que biossegurança abrange a questão de prevenção de drogas no ambientede trabalho?

Rodrigo -Como disse biossegurança é tudo em respeito a segurança. É a filosofia de todas as normas agregadas para potencializar a segurança do indivíduo no trabalho, sendo que... combate as drogas pode ser evoluído em um programa interno não só a nível de segurança interna mas também nível pessoal do indivíduo. Ajudua mútua, a empresa ajudando o profissional na sua reabilitação.

GSV -Existe algum programa nesse sentido em seu local de trabalho?

Rodrigo -Estamos implantando a nível de tabagismo, o alcoolismo é mais complicado. Esta provado que com um copo de cerveja já se constata alcool no sangue porém a alteração de consciência varia de indivíduo para indivíduo. O problema é que alguns trabalhadores ao irem almoçar bebem podendo ocasionar acidentes no laboratório. A pessoa deve ser consciente para não fazer isso.

GSV -Você tem alguma experiência ou relato de problemas ocasionados por substâncias psicoativas em seu local de trabalho?

Rodrigo -Tenho sim, lá no laboratório tinha um senhor de meia idade que era alcolatra, ele ia para os armarios após o almoço e caía por lá. O uso começou a ficar tão exarcebado que ele começou a beber as garrafas de alcool do laboratório.

GSV -O que a empresa fez com relação a isso?

Rodrigo -Nesse caso a família detectando o problema o internou pela questão do alcoolismo,a empresa notificava mas não chegou a aplicar nenhuma penalidade ao trabalho dele. Hoje a empresa tem uma consciencia maior, se você detectar um caso desse hoje, temos relatórios de não conformidade no trabalho, e se pode relatar essas coisas.

GSV -Você conhece o programa de qualidade de vida e assistencia ao empregado que trata também da questão da dependência química, que vem sendo implantado a alguns anos nas empresas brasileiras que é uma iniciativa da ONU e da OIT?

Rodrigo - Já ouvi falar e já lí alguma coisa sobre o assunto, mas como lhe falei ainda não está implantado no setor público, apesar de o INCA trabalhar com propragandas contra o fumo e fazer varias publicações de combate ao cancêr (inclusive eu pego material lá) na Fiocruz também se encontra esse tipo de material. No setor público eu conheço esse programa atravéz do INCA e da Fiocruz.

GSV -Com que olhos você vê esse programa? Você acha que ele pode melhorar a qualidade de vida do trabalhador e a produtividade da empresa?

Rodrigo -Sempre é positivo no sentido que pessoalmente no aspecto psico-social do indivíduo você esta melhorando o bem estar dele e num programa desse você esta vendo que a empresa esta se preocupando com o fucionário dela e não simplesmente mandando ele embora.

GSV -Você acha que os testes toxicológicos pré-admicionais e pós-admicionais são mecanismos válidos, para avaliação do estado clínico e da aptidão ou não do trabalhador?

Rodrigo -Cabe a empresa avaliar se ela vai ou não fazer um teste toxicológico antes ou não. O cara que vai trabalhar como Bombeiro, Polícia Militar ou na Petrobras sabe que vai passar por esse tipo de exame, por tanto assim como ele se prepara para exames físicos ele vai também evitar usar alcool ou outras substâncias psicoativas. Então é uma questão de consciência.

GSV -O senhor acha que o trabalhador possa vir a ser marginalizado pelos colégas por ser dependente químico?

Rodrigo -Pode vir a ocorrer sim, podem ocorrer até outros preconceitos que são evidenciados na área pública, inclusive o mais famoso."esse cara é funcionário público" isso já é uma forma de preconceito. Agora se a pessoa possui uma dependência química não é a totalidade de pessoas que vai ajuda-lo e sim discriminá-lo por que isso o torna um cara pertubador e agente de risco.

GSV -O senhor vê o tabaco como droga?

Rodrigo -O tabaco é considerado um vício causado por uma droga, então ele é.

GSV -Qual sua opinião pessoal de como deveria ser tratado o tabagista dentro do laboratório?

Rodrigo -Como eu te falei na semana de biossegurança que vai haver em agosto, nós estamos pretendendo relatar casos de pessoas que fumam em lugares indevidos.

GSV -Obrigado pela colaboração, o grupo saber vive agradece. O senhor gostaria de deixar alguma mensagem para os internautas?

Rodrigo -Sim, hoje não há mais propaganda na televisão de cigarro, então a campanha de combate ao fumo esta em evidência "só fuma quem quer". A escolha é pessoal e cada um sabe os riscos que correm.
Eu quero aproveitar e agradecer a oportunidade da entrevista nunca havia dado uma entrevista para aluno assim, achei legal a iniciativa de vocês, o trabalho de vocês é super válido,foi um tema feliz que vocês escolheram e eu vejo pela aparência de que vocês estão muito interessados não só pelo curso mas pelo tema e aproveito para parabenizar o SENAC e quem está conduzindo vocês, pois estam conseguindo fazer com que vocês se envolvam por completo, parabéns!

GSV -Obrigado nós é que agradecemos!